Corujas têm capacidade de ligar o som à imagem
Imagens e sons povoam o mundo, oferecendo um grande leque de possíveis focos para o cérebro. No entanto, a maioria dos animais tem a visão como principal percepção. Em seguida, os sons associados a essa visão – sejam de um ente querido ou de sua refeição andando pela mata. Uma nova pesquisa voltada para essa combinação de percepções mostra como o cérebro de uma coruja estabelece esse estado.
Os neurologistas Daniel Winkowski e Eric Knudsen, da Stanford University, realizaram testes com 12 corujas e colocaram eletrodos em áreas dos cérebros que correspondem aos processos de visão e audição. Cada região é literalmente um mapa do mundo do som ou da visão. O envio de uma pequena carga elétrica na região visual do cérebro da coruja – chamada de arco palial – causou o movimento da cabeça e dos olhos em uma determinada direção. Quando um estímulo simultâneo de áudio corresponde nesse sentido, o cérebro da coruja responde fortemente ao ruído e bloqueia barulhos concorrentes de outras direções.
“As corujas são extremamente talentosas para sintonizar um som”, segundo os autores do estudo em seu paper publicado na Nature, mas o emparelhamento de som com visão aumenta muito mais sua capacidade de caça. Se necessário, as corujas têm a capacidade de escutar apenas na direção onde olham, mas "os circuitos no cérebro que controlam a direção do olhar afetam a forma como o cérebro processa a informação auditiva".
Circuitos semelhantes já foram demonstrados em macacos e seres humanos, mas as corujas representam os primeiros não-primatas a mostrar isso. "Os mecanismos fundamentais são, provavelmente, os mesmos em todos os vertebrados, como em rãs e até mesmo em peixes", diz Knudsen. "Com os estudos em corujas, poderemos entender os mecanismos de funcionamento.”
Os pesquisadores esperam realizar novos testes com cérebros de corujas para determinar quais neurotransmissores e receptores estão envolvidos na sinalização da atenção. Em última análise poderia ajudar a melhorar o desempenho de alguns seres humanos que sofrem de distúrbios de atenção. "Depois de aprender sobre o funcionamento do circuito cerebral de atenção, planejamos usar isso para melhorar a aprendizagem de forma eficiente", acrescenta Knudsen. "Se você entender como funciona o mecanismo, então você vai saberá qual a melhor forma de manipulá-lo.”
Fonte: Scientific American Brasil
sábado, 22 de maio de 2010
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Som e Imagem
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Sobre Heytor Neco
Biólogo, mestre em ciências e doutorando em biociências e biotecnologia em saúde pela Fiocruz Pernambuco, Heytor realiza pesquisas em imunologia e genética de vírus, além de trabalhar fortemente com divulgação científica, uma de suas grandes paixões!
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