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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Leishmanioses e Leishmanias

Oi pessoal! Hoje trago pra vocês um vídeo bem legal! Produzido por Guedes e colaboradores (2015), ele mostra as formas promastigotas de parasitos do gênero Leishmania encapsulados artificialmente em lipossomas (pequenas vesículas que simulam membrana ou atuam como vetores).
Essas estruturas circulares são os lipossomas e dentro deles dá pra ver bem direitinho as formas flageladas da Leishmania amazonensis, aquela que causa a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), responsável pelas formas cutânea, mucocutânea ou cutânea difusa da Leishmaniose. Nesses casos, os pacientes podem apresentar ulcerações na pele (forma cutânea) e até ulcerações que comprometem mucosas e cartilagens (forma cutânea difusa).


No ciclo biológico natural de parasitos do gênero Leishmania, como pode ser visto ao lado, a fêmea de um mosquito flebotomíneo, como a Lutzomyia longipalpis (mosquito-palha), durante o repasto sanguíneo (ela se alimenta de sangue para ajudar a maturar os ovos), injeta no humano ou em outro mamífero as formas promastigotas metacíclicas, que são muito ativas.
Essas formas do parasito então são fagocitadas por macrófagos. Só que esses fagócitos não conseguem destruir o parasito e, dentro deles a Leishmania muda sua forma para amastigota e começa a se replicar dentro do vacúolo parasitóforo.
Esse método criado pelos pesquisadores, como se pode ver no vídeo, abre caminho para a identificação de moléculas secretadas pelo parasito e muitos outros campos de pesquisa.

Aproveitando para falar um pouco da leishmaniose visceral (LV), ela é uma doença infecciosa causada por um parasito também do gênero Leishmania, só que a espécie é a Leishmania infantum (Leishmania infantum chagasi) . No caso da LV, temos uma febre de longa duração, e por isso, também é chamada de febre calazar, devido ao seu nome hindi, kala azar, que quer dizer "febre negra". Ah! A LV pode acometer tanto humanos quanto cães.

Além da febre, outros sintomas como hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço), perda de peso, força muscular reduzida, anemia e fraqueza também estão presentes.
É Importante dizer que, quanto antes a doença for identificada, mais precoce pode ser o tratamento (antimoniato de N-metil glucamina, anfotericina B lipossomal e desoxicolato de anfotericina)até para evitar os casos fatais.
Vale ressaltar que os medicamentos utilizados no tratamento da LV não eliminam o parasito nos cachorros. Eles vão ter a cura clínica, mas não a cura parasitológica e, por isso, eles vão funcionar como reservatórios do parasito, e em alguns locais precisam ser eutanasiados, já que o tratamento é muito caro. Assim, o tratamento da leishmaniose visceral canina acaba trazendo riscos para a saúde pública.

Dá uma lida no artigo! (Referência)

GUEDES, CES et al. Encapsulation of Living Leishmania Promastigotes in Artificial Lipid Vacuoles. PLoS ONE, v.10, n.8, 2015: e0134925. doi:10.1371/journal.pone.0134925

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