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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Karl Landsteiner e o Sistema ABO

Hoje o post é especial e em agradecimento a todos os doadores de sangue do mundo! Você sabe por que no dia 14 de junho é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue? Porque foi nesse dia que, lá em 1868, nasceu Karl Landsteiner, o imunologista austríaco que descobriu o sistema ABO, o mais importante sistema de grupo sanguíneo. Em 1900, Landsteiner observou que o soro do sangue de uma pessoa muitas vezes coagulava quando era misturado com o de outra. 

Em verdade, Karl descobriu os tipos sanguíneos A, B e O, pois o AB só fora descoberto em 1902 por Alfred Von DeCastello e Adriano Sturli. Esse sistema sanguíneo é um dos grandes exemplos de polialelia, que é quando mais de dois alelos podem estar relacionados com uma mesma característica. Nesse caso, o locus (local de um gene no cromossomo) ABO se localiza no cromossomo 9 e é responsável por codificar as glicosiltransferases (enzimas responsáveis pela transferência de resíduos específicos entre um substrato aceptor e um açúcar receptor) e glicoproteínas A e B nos eritrócitos (hemácias). 

Assim, indivíduos que possuem sangue tipo A possuem somente a glicoproteína A na superfície do eritrócito, da mesma maneira que os que possuem sangue tipo B possuem apenas a glicoproteína B e quem é AB possui as duas glicoproteínas, A e B. Ao mesmo tempo, quem possui sangue tipo O é porque não possui nenhuma dessas moléculas na superfície dos eritrócitos. Inclusive, o sangue tipo O, originalmente foi chamado de zero, porque o eritrócito não possuía nenhuma das glicoproteínas. 

Imunologicamente, as glicoproteínas funcionam como antígenos e, por isso, não podem entrar em contato com nenhum sangue que produza anticorpo contra elas, sob o risco de os glóbulos brancos reconhecerem o sangue do doador como estranho e ocorrer a hemólise (“destruição das hemácias”) dos eritrócitos doados e, às vezes, dos próprios eritrócitos. 

Por exemplo, uma pessoa tipo A não produz anticorpos Anti-A porque senão eles atacariam a própria glicoproteína A da superfície da célula vermelha. Ou seja, nesse caso, alguém com sangue A só produz anticorpos Anti-B e, dessa maneira, não podem doar para alguém que tenha sangue tipo B. O mesmo se repete para alguém tipo B, que no caso, produz anticorpo anti-A e, por isso, não pode doar para alguém tipo A. Já os indivíduos AB, como possuem as duas glicoproteínas, não produzem anticorpos nem anti-A nem anti-B, já que caso o fizesse, atacariam as próprias células, como pode ser visto abaixo.



Por esse motivo, indivíduos com sangue AB podem receber de todos os tipos sanguíneos, já que, como não possuem anticorpos anti-A ou anti-B não atacarão os eritrócitos “doados”. Pessoas do grupo O, por sua vez, não produzem as glicosiltransferases, mas possuem os dois anticorpos e, por isso, apesar de poderem doar para todos os tipos, só podem receber de indivíduos O. Bem legal, né? Agora perceba que só falamos do sistema ABO! Também existe o fator Rh que é importantíssimo para sabermos a compatibilidade dos tipos sanguíneos, mas esse fica para outro dia. 

Agora diz pra mim... Você já é doador? Qual seu tipo sanguíneo? 

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