Como florestas acumulam carbono em seus troncos, plantar vastas áreas de árvores em terras estéreis pode fornecer meios para os países reduzirem suas emissões de carbono. Mas uma ampla e recente análise adverte que plantações de pinheiro podem rapidamente depletar o solo de seus nutrientes – e de carbono – reduzindo assim os benefícios.
“É um ato de equilíbrio difícil”, avalia o ecólogo Sean Berthrong, da Duke University. “As plantações são ferramentas utilizáveis, porém imperfeitas, para o seqüestro de carbono.”Desde 2005, 140 milhões de hectares de terra foram convertidos em florestas ao redor do globo, e uma média de 2 milhões de novos hectares de florestas são adicionados a cada ano.
Essas áreas aflorestadas respondem por apenas 4% das florestas da Terra, mas já fornecem 35% da dos produtos de madeira mundiais, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.
A equipe de Berthrong analisou os dados de 153 plantações de árvores – a maioria de eucalipto e pinheiro – para entender como influenciavam os nutrientes e o carbono do solo. Em média, as novas florestas reduziram o carbono do solo em 6,7% e o nitrogênio em 15%. As plantações de pinheiro, as mais comuns, são também as piores, causando uma redução de 15% no carbono do solo e de 20% no nitrogênio.
Essas plantações também causam outros problemas ao solo, por como torná-lo mais ácido.Para minimizar a perda de carbono e de nutrientes, Berthrong recomenda que os florestadores deixem os resíduos de madeira no local após a colheita, e também que reduzam a aragem, o que aumenta a erosão e decomposição da matéria orgânica que está enterrada. Ele também afirma que qualquer programa que dê créditos de carbono aos projetos de aflorestamento, deve levar em conta o carbono do solo.
Fonte: Scientific American Brasil
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